(João Gomes, in Facebook, 18/12/2025)

Já começou hoje, em Bruxelas, mais uma reunião europeia daquelas que prometem muito e entregam pouco – quando não agravam tudo. À porta fechada, discursos graves; à saída, comunicados vazios. O encontro poderá ditar duas conclusões igualmente desconfortáveis para a União Europeia: ou a confirmação da sua incapacidade em encontrar uma saída para a crise que ela própria ajudou a criar, ao recusar sistematicamente uma via diplomática ativa com a Rússia, ou a prova definitiva de que nem sequer consegue reunir consensos internos mínimos para sustentar financeiramente a Ucrânia num conflito que já não controla, nem política nem estrategicamente.
A UE isolou-se. Não por força externa, mas por opção própria. Ao abdicar de qualquer papel mediador, ao alinhar cegamente numa lógica de confronto prolongado e ao transformar a diplomacia num apêndice da retórica moral, Bruxelas colocou-se num beco sem saída. Hoje, quando os Estados Unidos – pela mão de Donald Trump – admitem abandonar o apoio ao conflito, a Europa descobre, com espanto fingido, que ficou sozinha. Sozinha e sem plano B.
Se a reunião não produzir um acordo sólido sobre financiamento, armamento e sustentabilidade económica da Ucrânia, o desfecho é previsível: Kiev claudicará perante a maior força militar, política e estratégica da Federação Russa. Não por falta de bravura, mas por exaustão. E a UE assistirá a esse colapso como tem assistido a tudo: com resoluções, sanções simbólicas e discursos inflamados que não alteram a realidade no terreno.
Entretanto, Vladimir Putin critica duramente a União Europeia, reafirmando – com a frieza estratégica que Bruxelas perdeu – que a Rússia nunca teve como objetivo atacar a Europa. Segundo o Kremlin, o conflito nasce da transformação da Ucrânia em “porta-estandarte” de ações hostis à Federação Russa: desde a marginalização da cultura e da sociedade russas no seu próprio território até ao desejo, politicamente ilegítimo, de adesão à NATO, contrariando acordos firmados após o colapso da URSS. A isto soma-se a construção de um exército de dimensões e ambições regionais claramente provocatórias, num jogo de sombras que a UE fingiu não ver – ou preferiu aplaudir.
O problema central é este: nunca houve verdadeiro dirigismo político europeu. Nunca existiu um fio condutor realista, uma estratégia autónoma, nem medidas ajustadas à complexidade do conflito. A Comissão Europeia substituiu política por moralismo, diplomacia por slogans, estratégia por comunicados de imprensa. Governa por reflexo, reage por impulso e confunde unidade com unanimidade forçada.
A reunião que termina amanhã poderá ser o prelúdio de algo maior e mais grave: a derrota absoluta da UE enquanto ator geopolítico credível e o início da derrota total da Ucrânia no terreno. Não porque a Europa não tenha recursos, mas porque não tem liderança. Não porque lhe falte voz, mas porque nunca soube o que dizer – nem a quem.
Bruxelas está, assim, diante de duas portas. Uma conduz à saída discreta da História, como potência irrelevante e dependente. A outra abre-se para a derrota política, estratégica e moral de um projeto que se quis global, mas que nunca aprendeu a pensar o mundo como ele é – e não como gostaria que fosse.

E a Uniao Europeia prepara se para emprestar 90 milhões de euros a Ucrânia. Que so terá de pagar se um dia receber reparações da Rússia.
Ou seja, na prática somos chamados a dar a essa gente dinheiro a fundo perdido. A única condição é que continuem a fazer a Rússia sangrar.
Quando penso naquilo que os portugueses tiveram de suportar para receber menos que isso, que serviu para pagar corrupção de bancos com a qual ninguém que se levantava para trabalhar, nenhuma criança, nenhum idoso, tinha nada a ver, da me simplesmente asco.
Perdi um familiar próximo para uma infeção hospitalar nos malditos anos da troika. Porque por vezes quem limpava nem lixívia tinha. Em meses de visitas até ao fim tive muito tempo para apreciar o esquema. As esfregonas metiam nojo aos cães.
Porque fomos obrigados a cortar, cortar e cortar. E isso custou vidas.
Ver esta gente a querer dar dinheiro a nazis sem nada exigir da me asco e leva me de volta a esse tempo de desespero.
Raios partam a Ucrânia.
Os cromos da caderneta UE: Tóni deu à Costa, il Consiglieri, segredando como um treinador de futebol, com a mão à frente da boca, a D. Ursula von der Leyen, indicando a abordagem correcta a uma situação ainda não processada.
Espero que em breve a Kaja Kallas tenha o mesmo fim que a Federica Mogherini, suspensa de funções por comportamento lesivo, e se a Metsola também levar um cartão vermelho por entrada a pés juntos, que lesionou a pluralidade do Parlamento Europeu, óptimo.
Aposto que estão à espera de um novo hiPOpoTamUS na Casa Branca como os “moderados” em Portugal ainda aguardam pelo retorno do D. Sebastião, ou como Marcelo II que Cristo desça à terra.
A propósito, nem o adventista dos últimos dias, evangelista e católico Marcelo II se quer meter nesse filme, preferindo dar de sola para as Américas, e ir dar aulas para a Califórnia após retirar-se da cena política. Boa sorte aos californianos, vão precisar… e aos europeus também, em dobro.
Alguém que me explique como se eu tivesse quatro anos.
Porque e que a resistência palestiniana aos que roubam suas casas e terras, aos que os expulsam das suas terras, aos que os submetem a uma ocupação com uma crueldade intolerável, aos que matam os seus familiares, aos que raptam os seus filhos e devolvem os cadáveres sem vários órgãos, aos que destroem depósitos de água, aos que se referem a eles como “animais de duas patas” e fanatismo e terrorismo e a persistência ucraniana numa guerra que não podem ganhar, contra gente que simplesmente tratou de impedir que eles fizessem ao povo do Dombass e Crimeia o que Israel está a fazer em Gaza e na Cisjordânia, a quem chamam “ogres” e “pretos da neve” e bravura?
O que move os ucranianos não e bravura. E o mesmo que moveu os nazis até ao amargo fim. Fanatismo, crueldade muitas vezes, ódio ao outro. E também, em muitos casos, medo dos radicais e da Gestapo lá do sítio.
E esse fanatismo, essa crueldade, está a arrastar nos a todos.
Estamos a perder dinheiro e direitos num buraco negro para apoiar nazismo, fanatismo, corrupção desenfreada e crueldade.
Estamos em risco de ser arrastados para uma guerra que poderá muito bem ser a última que muitos de nós veremos.
Por isso poupem me a tretas como a da bravura ucraniana.
Vão ver se o mar da Kraken. Raios partam a Ucrânia e todos os que apoiarem o nazismo ucraniano.